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A importância da Luz na reprodução
A importância da Luz na reprodução

 

 

A Importância da Luz na Reproduçăo

 

 Stella Mariz Benez
Săo José dos Campos - Brasil
Revista 3C 2006
Arquivo editado 18/12/2006

         No ano de 1997 sentimos na pele, e nas criaçőes, os efeitos do fenômeno "El Nino". Foi uma época reprodutiva com muitas chuvas. Avaliamos a umidade naquela época e verificamos que teríamos poucos problemas com relaçăo á sua falta. Porém, com as chuvas, tivemos variaçőes drásticas da luminosidade, tanto no mesmo período de um dia, como a totalidade de variaçőes mensais. Além disso, năo podemos esquecer do horário de verăo, pois as aves năo o seguem, e sim vivem em funçăo do período de luz. Sabemos também que qualquer alteraçăo do clima ou alteraçőes ambientais poderăo causar desconforto ŕs aves e reduzir a fertilidade.

Todos estes fatores ambientais influem nas aves por meio de estímulos luminosos captados pęlos olhos delas. A retina é a regiăo do olho sensível ŕ luz. Ela se encontra na parte posterior interna do olho. A retina está composta por células denominadas bastonetes e cones, que captam a luz e por excitaçőes nervosas estimulam o hipotálamo. O hipotálamo é um campo central do cérebro dos animais e é responsável, entre outras tantas funçőes, pela liberaçăo dos hormônios reprodutivos.

Os bastonetes e os cones tęm a rodopsina como substância química. Quando a energia luminosa é absorvida pela  rodopsina, esta é transformada em retineno. O retineno é formado a partir da vitamina A, que fica normalmente livre na retina (sua deficięncia causa cegueira noturna nas aves; observe a seguir o processo da visăo).

Quando a retina se mantém exposta ŕ luminosidade forte por períodos longos, a maior parte da rodopsina é transformada em retineno e vitamina A, e o olho estará pouco sensível ŕ luz e assim năo estimulará por sua vez o hipotálamo a produzir hormônios da reproduçăo. Quando há escuro total, este processo se reverte em rodopsina, fazendo com que a menor quantidade de luz estimule os bastonetes, e assim possa levar este estímulo até ao hipotálamo.

O conhecimento destes processos fisiológicos fizeram com que programas de luz para a época de reproduçăo fossem desenvolvidos.

Em casos de dias curtos, ou quando a iluminaçăo natural está reduzida, poderemos utilizar a iluminaçăo artificial para supri-la. Poderemos demonstrar duas formas de se obter bons resultados com a iluminaçăo artificial em criaçăo de aves. Tais técnicas desenvolvidas para avicultura poderăo ser adaptadas para outras criaçőes. Isto digo, por experięncia própria na orientaçăo de  criaçőes.

As duas formas de atuarmos seriam:

(1) Prolongar o dia para 14 horas de luz, principalmente pela manhă. Aumentamos 30 minutos o período de luz a mais a cada 3 dias. Podendo acender a luz ŕs 5:30 ou 6:00h.

(2) Interromper a noite com aproximadamente 1 h de luz. Podemos reduzir a noite deixando a luz acesa 1 hora a mais que o pôr-do-sol.

A intensidade de luz oferecida deve ser de duas lâmpadas. A iluminaçăo contínua por 24 horas ou a iluminaçăo da rua que entra ŕ noite pelas janelas e portas de vidro năo é recomendada. Isto influi na qualidade da casca dos ovos, botando mais ovos de casca fina, e depois de um longo tempo
neste processo luminoso excessivo (2 meses para galinhas), a produçăo de ovos tende a diminuir drasticamente. Com relaçăo aos machos podemos ter a induçăo de muda e diminuiçăo da produçăo de sémen por iluminaçăo excessiva.

Com relaçăo aos machos, sua resposta fisiológica ŕ luz é a mesma que ocorre nas fęmeas. Os machos galos respondem mais lentamente que as galinhas; em perus o esquema de luz é antecipado 2 a 3 semanas para os machos.

Como a resposta das aves ŕ luz depende de um pré condicionamento, quando se tem tempo e programaçăo para a época reprodutiva, podemos usar de estratégia. O escuro poderá ser utilizado para recuperarmos aves, tanto machos quanto fęmeas, que saíram da reproduçăo. Este período deve ser contínuo por 3 a 4 semanas, assim responderăo ao estímulo posterior de luz. Para fazer tais técnicas o criador deve projetar um local próprio, separado do criatório principal.

Na verdade o ideal é programar alimentaçăo e iluminaçăo em um projeto realizado já na fase de muda de penas. Na fase de muda precisamos fornecer relaçőes mais altas de proteína e energia, e 8 horas de luz. Na manutençăo
daremos níveis de 12% de proteína e 8 horas de luz. E na época reprodutiva aumentaremos a proteína e o período de luz de forma gradativa e correra. Assim poderemos estimular a reproduçăo de forma homogęnea.

A iluminaçăo pode ser natural, artificial ou mista. Ela é medida em lúmens. Dois lúmens por pé quadrado de piso equivalem a uma vela, ou seja, 1 metro quadrado corresponde a 5 velas. A luz do sol que penetra no criatório
tem intensidade de 10.000 velas. É indiferente a luz por lâmpada incandescente, fluorescente ou sol. Podemos economizar energia com uso de refletores, paredes e forros brancos e altura dos focos luminosos.

Com relaçăo ŕ cor das lâmpadas, em experimentos em aves de produçăo verificou-se que a luz verde melhora o consumo, comparada ŕ branca e vermelha. Já com a luz azul as aves năo consumiram. A luz verde e amarela proporcionam melhor crescimento, porém a luz verde estimula a postura. Uma intensidade menor que 5 luxes diminui a produçăo de ovos, sendo que 1 lux é a superfície de 1 m iluminada por um fluxo de um lúmen.